"Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…" (Antoine de Saint-Exupéry - Trecho de "O Pequeno Príncipe")

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Anjo Bom

Vem de lá
Nenhum lugar
Espaço além, do coração
Vem na luz do sol
O vento traz
Nudez de tal revelação
Quando um grande amor
Tiver o prazer de nos visitar
E se for alguém
Que possui a luz de um anjo bom
Deixa entrar
Seremos dois
Milhões de sóis de eterna manhã
Vem meu anjo bom que tem o dom
E é da cor que eu quero mais
Nas constelações há de ter o bem que você sonhou
E será alguém que possui a luz de um anjo bom

Lô Borges

sábado, 20 de dezembro de 2008

Qualquer Dia


Qualquer Dia
Ivan Lins / Vitor Martins



Nessa calma sertaneja
De quem sabe o que fareja
Eu te encontro qualquer dia
Eu te encontro qualquer dia

Já conheço os teus rastros
Já comi no seu prato
Já bebi tua cerveja
Eu conheço o teu cheiro
Eu te encontro qualquer dia
Ah! Eu te encontro qualquer dia

Logo quem me julgava morto
mas esquecendo a qualquer custo
vai morrer de medo e susto
Quando abrir a porta

*******************************


Sempre gostei dessa música!

Há tantas situações e pessoas que passam por nossa vida e nos deixam um sentimento interrupção, de que não se foi ao final, como se essa história tenha que ser passada a limpo, esse sentimento pode ficar por anos preso, um incomodo que não passa, até o dia do reencontro, Daí percebe-se que esperou tanto tempo por nada. Descobre que tudo já tinha chegado ao final - Não o final que esperara, mas o final que tinha de ser....

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

As coisas que eu sei de mim.....


Transversal do Tempo
Composição: João Bosco/Aldir Blanc
As coisas que eu sei de mim
São pivetes da cidade
Pedem, insistem e eu
Me sinto pouco à vontade
Fechado dentro de um táxi
Numa transversal do tempo
Acho que o amor
É a ausência de engarrafamento
As coisas que eu sei de mim
Tentam vencer a distância
E é como se aguardassem feridas
Numa ambulância
As pobres coisas que eu sei
Podem morrer, mas espero
Como se houvesse um sinal
Sem sair do amarelo...
................................................................
Por que será que somos assim???

Por que essa sombra não nos deixa? Mesmo sorrindo a dor lateja por trás dos olhos e o sangue de nossas mutilações internas grita num mantra profundo de eterna solidão, onde tudo fica opaco e nos paralisa sem foças nessa noite gélida que nos assola...

Renato de oliveira Santos

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Eis o meu segredo...

Eis o meu segredo...
Eis o seu caminho...
Eu moro logo alí no lago da emoção.
Eis o meu deserto...
Eis o meu destino...
Eu moro logo alí,
ao lado do seu coração.

Abrí minhas portas. Pode vir, entre, mesmo
suado, com o colarinho amassado, com toda
a sujeira que vc trás do mundo la fora...
Eis o meu desejo...
você!

M.zerk

Caminho nesse mundo louco...
pesado, triste.
A realidade assombra,
mas mesmo assim a sinto,
me ponho a sua frente,
cada choque, trombada e de vez em quando uma carícia...
e tento esquecer minhas lembranças...
Corro para dentro de mim, tento me sentir seguro...
Viver entre dois mundos.
em frente a dois espelhos
me vendo em duas criaturas:
Uma que tem o brilho que tive em meus olhos,
guardada num relícario...
e outra, sombria, destruída e em fúria,
que a duras penas tento esquecer...


Renato de Oliveira Santos

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Enganos

"E eu desejo amar a todos que eu cruzar pelo meu caminho. Como sou feliz, quero ver feliz quem andar comigo, VEM!"(Maria Bethania)

domingo, 23 de novembro de 2008

Amor Desfeito...




O dificil é deixar de amar, libertar esse sentimento de dentro da alma, sair de um canto escuro do pensamento e se vêr como pessoa não como parte de alguém que não lhe ama ou nunca amou... Todos somos egoístas demais para deixar até mesmo a dor partir, gostamos de sofrer, de viver um luto de um amor/desamor...


Guardar os bons momentos pode ser uma forma de pensar que valeu a pena, que ao menos foi-se feliz, de ter vivido uma primavera, dias de sol...


Não sei a minha noite um dia vai passar ou mesmo se um dia poderei esquecer não só essa mais todas as dores, angustias e neuróses que trago em mim... Fazer oque??? Tento seguir em frente, viver entre o ontem e o amanhã com um alegria que as vezes é artificial... Vou tentando, um dia chego lá...


Quem sabe o amor um dia chegue outra vez.

sábado, 8 de novembro de 2008

Hoje está Foda!!!!!!!!!!!!!

Um anjo triste sentou-se aqui no meu lado...
Tenho vontade de gritar, mais não consigo!
Estático, imóvel em mim mesmo,
Agora, apenas algumas lágrimas fogem de mim...
Sem lua, estrela e beijo

A falta do calor de um braço em volta do pescoço,
De palavras doces na cama,
Do toque de uma pele
Cheiro da respiração...
Existe apenas neve aqui..

Renato de Oliveira Santos

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Palavras do Druída

" Sempre estamos muito ocupados em procurar respostas; consideramos respostas coisas importantes para compreender o sentido da vida.É mais importante viver plenamente, e deixar que o próprio tempo se encarregue de nos revelar os segredos de nossa existência. Se estamos ocupados demais em encontrar um sentido, não deixamos a natureza atuar, e nos tornamos incapazes de ler os sinais dos Deuses.Perceberemos que, justamente quando conseguimos encontrar todas as respostas, mudaram-se todas as perguntas."

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Infinitos



Talvez seja mentira!
Quem sabe o poeta ame não o amor,
mais a vontade de amar,
Tenha tanto descontentamento com o que vê
que tenha que criar um mundo,
de dor, amor ou felicidade...
numa bruma de pensamentos...

Viver um mundo só seu
Ser um catalisador de sí mesmo


Pode ser uma mentira
mais creio no mistério
no grande mistério que é se tradurzir-se...
Por que o sentimento há
Somos infinitos
apenas uns tem conciência disso...

Renato de Oliveira Santos

quarta-feira, 22 de outubro de 2008




Não consigo mais...
Hoje a dor bateu fundo,
Estou no chão,
Aniquilado, só
Em minha alma não há a chama de uma vela.
apenas um vazio, uma impotêmcia
não consigo me mirar em nada,
Tudo q vejo é longe de mim
e minhas mãos estão cansadas demais...
Sempre quis o impossível
e ainda ando a metros do solo
sonho
sonho e sonho
e desabo numa cama grande e fria!
O que há de errado em querer ser feliz?
Em ter alguém, Saber o seu nome...Não quero apenas cinco minutos de prazer
e uma semana de vazio e um sentimento de pesar,como se tudo fosse errado!
Por que é tão difícil?
E esse medo,
medo de amar, de ser feliz, de me jogar...
Realmente não sei
Hoje as lágrimas não pediram licença,
e nesse silêncio não ouço meus gritos,
nem meu mantra de desespero...
Ontem quase fui até o fim...
a serenidade da morte bate a porta...
Talvez Louis-Ferdinand esteja certo:

"Talvez seja isso que busquemos
a vida toda; só isso, a maior dor
possível, para nos tornarmos nós
mesmos antes de morrer."

sábado, 11 de outubro de 2008

Uma Outra Estação




Uma Outra Estação

Renato Russo



Sei que não tenho a força que tens
Se me vejo feliz quase sempre exijo um talvez
Ela mora perto de um vulcão
E meu coração suburbano espera riquezas maiores
Eu sigo o calendário maia
E sou descendente dos astecas
Hoje vai ter provaMas no final da aula
Acho que tem futebolGosto quando estou feliz
Gosto quando sorris para mim
Estou longe, longeEstou em outra estação
Não me digam como devo ser
Gosto do jeito que sou
Quem insiste em julgar os outros
Sempre tem alguma coisa p'ra esconder
Teu corpo alimenta meu espírito
Teu espírito alegra minha mente
Tua mente descansa meu corpo
Teu corpo aceita o meu como a um irmão
Longe longe, estou em outra estação
Todos fazem promessas demais
Temos muito o que aprender
É um feitiço tão latino
Essa preguiça ser feitiço
Mas tudo bemVoltarás na terça-feira
És fogo e gelo ao mesmo tempo
E vai ser bom
Do Equador, da Venezuela, do Uruguai
Teremos o fim-de-semana só p'ra nós
Venha comigo
Não tenha medo
Tem muita gente
Que pensa o mesmo
Estou longe, longe
Estou em outra estação.
Estou longe, longe.




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Mesmo com o desaparecimento,
as lembranças, as letras estão vivas!!
Do Pó veio e ao pó retornou...
Repousa em um jardim,
espero que as flores lhe tragam a paz que sempre procurou...
vida pode não ter sido justa, mas foi vida!!!!




sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A gente não é sério com dezessete anos.

Arthur Rimbaud

A gente não é sério com dezessete anos.
— Uma bela noite, longe dos chopes e do anseio
Dos cafés barulhentos de lustres soberanos
— Vamos sob as tílias, verdes do passeio.
As tílias cheiram bem nas boas noites de junho!

O ar é às vezes tão doce que fechamos os olhos;
A cidade não está longe — o vento é testemunho —
Há perfumes de vinhedo e perfumes de cerveja...

II

— Eis que percebemos um pano pequenino
Azul-escuro, ladeado por um pequeno galho,
Com uma estrelinha má, sumindo
Aos doces arrepios, branca como orvalho...

Noite de junho! Dezessete anos! Embriagados.
A seiva é champanhe e lhe sobe à cabeça...
Divagamos; sentimos um beijo nos lábios
Que palpita lá, feito um animalzinho...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Ei mãe, viu onde coloquei minha felicidade? Eu tinha colocado sobre a mesa junto com a saudade do meu amor. - Não sei, meu filho, acho que sua avó tinha jogado no cesto! Hoje é o dia de lavar a alma, não lembra? - Pô, mãe! No dia seguinte: - Mãe, pode lavar a alma hoje de novo? Ou tem que esperar até o dia de pensar sobre a vida? - Por que, meu filho? Sua avó não lavou sua alma ontem? - Mas mãe, é ... porque hoje fui brincar no parque da realidade e fiquei sujo de mágoa, enquanto corria, ralei meu coração com angústia e, se não limpar logo, acho que vai ficar com mancha de tristeza.
Anderson Fernandes


terça-feira, 7 de outubro de 2008

Hoje acordei vazio


Hoje acordei vazio
Não me senti
Nem quis saber disso...

Já nadei demais,
Corri e andei
Escondi-me, mas não consegui...
A dor me encontrou

Chegou com sede
Pediu chá e amizade
Está a minha frente

Mais hoje não, estou vazio.
Apenas quero um pôr do sol
Uma lua ao fundo
Quero apenas o sereno como companhia.

Renato de Oliveira Santos

domingo, 5 de outubro de 2008

Sonhando

Anderson Richards

Se passo o dia, paro e escuto o vento
E ainda não posso entender
Como o improvável insiste em acontecer
Se ando sempre no mesmo caminho
E ainda me encontro com alguém
E vejo que não estou sozinho, eu sei
Se passa o dia, o tempo e conto as horas, e eu sem perceber
Que estou parado vendo o seu retrato, e não vou mais te ver
E vou tentando aceitar
As vezes fujo, corro de mim mesmo, canso e me esqueço de lutar
Sabendo que não posso ser tão tolo assim
Quando me vejo já estou cantando
Solto minha voz e desabafo enfim
Se o telefone toca, eu já sei mesmo que não é você
Se tudo que um dia me falou, eu vejo agora acontecer
Se a saudade aperta e eu não tenho nada a fazer
Senão apenas chorar
Não vou mais querer explicar, eu já sei
Alguém me soprou e falou
Tudo sobre você, que ainda eu vou te ver
Eu quero deitar e sonhar outra vez
Tocar, te ouvir, te sentir
E poder te dizer, como eu amo você
Tocar o meu violão e te ver
Me pedindo pra viver

Para você "T"



Pena que exista um mundo!
Sinto uma vontade tão grande de te olhar nos olhos...
E ver o que trazes de tão dolorido!

Queria trazer-te ao rosto um riso gostoso
uma palavra amiga entre outras
Queria contar-te tudo
dizer das terras onde andei
de todas as pedras de meu castelo.

Sentir o calor do seu abraço...
Te fazer dormir entre um afago
entre palavras doces
no aconchego de meus braços

Renato de Oliveira Santos



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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

"Desenho toda a calçada
Acaba o giz, tem tijolo de construção
Eu rabisco o sol que a chuva apagou
Quero que saibas que me lembro
Queria até que pudesses me ver
És parte ainda do que me faz forte
E, pra ser honesto,
Só um pouquinho infeliz"

"Eu rabisco o sol que a chuva apagou...
Acho que estou gostando de alguém... "

Renato Russo
...................................................................

Ainda gosto de tomar banho de chuva,
quando vejo o céu nublado ou mesmo chuvendo tenho uma vontade de desenhar um sol na calçada, há alguns anos sempre fazia isso...
Ainda sou aquele garoto q andava descalço no chão molhado, não sei oq aconteceu comigo (na verdade sei sim), mais tudo foi tão rápido...
Me atropelei várias vezes, me perdi outras milhares e ainda me perco, viver não é indolor, O "sentir " mesmo que não seja bom é o que torna a vida tão interessante a todos os momentos...
Ainda procuro o meu sol, uma luz, sei lá. Por isso é que continuo a desenhar a cada dia em mim um sol, que espero pacientimente que chegue e aqueça esse inverno contante em que vivo!

terça-feira, 30 de setembro de 2008


Seja você quem for
agora segurando minha mão,
sem uma coisa há de ser tudo inútil
— é um leal aviso o que lhe dou
antes que continue a me tentar:
não sou aquele que você imagina,
mas muito diferente.

Quem é que gostaria
de vir a ser um seguidor meu?
Quem é que gostaria de lançar
sua candidatura ao meu afeto?

O caminho é suspeito,
o resultado é incerto, destrutivo talvez;
teriam que abrir mão de tudo mais
tendo eu a pretensão
de ser seu padrão único e exclusivo;
sua iniciação haveria de ser ainda assim
extensa e fatigante,
toda a teoria da sua vida passada
e toda conformidade com as vidas em redor
precisariam ser abandonadas;
por isso deixe-me agora
antes de perturbar-se ainda mais,
deixe cair sua mão do meu ombro,
coloque-me de lado e siga seu caminho.

Walt Whitman (Leaves of Grass)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

De onde eu sou?




O Que É Que Eu Sou
Paula Toller


O que é que eu sou
Eu vim por quê
Pra onde eu vou
Onde é que eu tava

Onde é aqui
Quem me mandou
Qual é o nome
da minha alma

Acho que sou fruto da imaginação
A imagem viva da ilusão
Falso faz-de-conta
do que seja
Ou uma miragem
e um déjà vu qualquer

Você é quem
Veio de onde
Que faz aqui
Pra onde vai

Você não sabe
Eu também não sei
Somos o todo
feito de nada

.............................................................................




Esse desconhecimento, um eterno mergulho numa noite escura...
Ainda não sei quem sou, ainda estou na tentativa, engraçado é que a vida é uma longa tentativa, apesar dessa tentativa não haver volta nem segunda chance...
Apenas me sinto cansado, um pouco triste confesso, mais estou tão cansado q até a tristeza hoje deu uma trégua ou apenas quer me atacar mais tarde, me espreita para saber onde vai ser certeira...
Outra vez vi meus sonhos se desfazendo como peças de um quebra cabeças, quase morri (de novo), agora estou aqui sangrando, ferido, cansado, pesado e triste (opa ela chegou...) tudo bem... Hoje eu só preciso de um abraço...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Chuva de mel

"Sopro leve
veneno
sáliva doce
beijos e calor
toque...
viagem/vertigem
Paixão e especíarias
chuva de mel
no templo do prazer
no oceano alvo
no lençol sujo
repleto de amor, sonhos...e almas núas
Exalando prazer...."

Renato

sábado, 20 de setembro de 2008

Passarim

Passarinho, me conta, então me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Me diz o que eu faço da paixão?
Que me devora o coração..
Que me devora o coração..
Que me maltrata o coração..
Que me maltrata o coração..

Antonio Carlos Jobim / Paulo Jobim

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

MINHA RAZÃO EXISTENCIAL




Deus meu! O que faço neste orbe aziago?
De onde vim e que destino terá meu ser?
Viajante inóspito que nesta vida divago,
Num destino sórdido para nada aprender.


Estúpido, legenda aposta em meu saber,
Sou miséria de um homem em desalento,
Na busca obstinada em se auto-conhecer,
Navega na revolta este meu sofrimento.


O mistério da vida nunca me foi revelado,
Busco a causa de uma razão existencial;
Neste mundo não quero ser um destinado,
A não ver a dor como fator evolucional.


Dorido vale de lágrimas, vejo este espaço,
Que sempre desconheceu a vesga religião,
Vilipêndio à verdade pura que me desfaço,
Da história que não começou com Adão.


Encarcerado pela ausência da sabedoria
Divina, que há muito almejo em a obter,
Das minhas abstrações faço a apologia,
A um ímprobo desejo de o céu entender.


Ah, Universo! Causa em complexidade!
Eu, mero mortal, sou efeito desta fusão,
No esquema cósmico, sua conexidade,
Fudamento básico de toda uma razão.




Rivadávia Leite

Milonga Existencial

Gujo Teixeira / Ângelo Franco / Evandro Zamberlan

Tristeza, veste meu verso de lágrima cristalina
Porque eu carrego esta sina de chorar em poesia
E faz desta nostalgia razão pra ser mais feliz
Guardando aquilo que diz pra parceriar melodia
Palavra, mata o desejo que trago dentro do peito
Como quem tira um defeito que precisa ser extinto
Pois esse simples instinto me fez mais acostumado
E a saber chorar rimado essas tristezas que sinto
Amigo, faz um costado pra esse parceiro de lida
Que sempre soube que a lida é muito mais que um momento
Pois no meu entendimento, pior que morrer aos pouquinhos
É ter que matear sozinho guardando seus sentimentos
Sorriso, transforma a alma quando se canta pra alguém
Pois quem canta sabe bem mandar uma mágoa embora
E sabe que toda a hora que a saudade é mais sentida
A solidãp ganha vida e explica porque se chora
Saudade, mora em tudo mesmo que a gente não queira
É nossa antiga parceira, caminho, fonte e mundéu
E faz da gente a lo léu sentir-se mais diferente
E dizer o que se sente num pedaço de papel
Destino, caminho incerto, que a alma busca sem pressa
Pois pouco me interessa se a vida é boa ou ruim
A gente é mesmo assim, mata as tristezas rimando
E o que estiver esperando, a vida guarda pra mim.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Eu

"esta revolta íntima contra tudo, esta insatisfação, esta fuga de mim, e, ao mesmo tempo, esta eterna procura de meu eu é o que me torna infelicíssimo ... Sim, uma infelicidade que é tanto mais infeliz porque não é constante. O tédio, o cansaço prematuro de viver, o fastio de todas as coisas se alternam, às vêzes, com momentos de euforia"

Maysa


Essa imensa procura do verdadeiro eu interior...
Nem sempre a flores em nós, na verdade quase nunca há beleza, na maioria das vezes tudo é cinza, sombrio e fétido, em meio a uma espécie de luta intíma e velada...
Ainda estou me conhecendo, não gosto do que vejo, só me habituei a vê-las... Ví coisas que gostaria de esquecer e retirar de mim, tentei fugir,me enganar, mas apenas consegui voltar ao ponto de partida, um labirindo sem entrada ou saída! Não é possivel voltar atrás e fazer um novo começo, mas essa busca eterna e apaixonada que tenho por mim, pelo desbravamento do meu universo, por todas as sensações, não para colocar tudo numa garrafa e tomar num só gole mais degustar cada sensação mesmo que seja a pior possível ou o mesmo o deleite mais suave...
Não sou feliz, mais estou tentando...
Busco ainda o meu lugar ao sol...
Tropeço, mais continuo a caminhar...

Canção para um Desencontro




Deixa-me errar alguma vez,

porque também sou isso: incerto e duro,

e ansioso de não te perder agora que entrevejo

um horizonte.

Deixa-me errar e me compreende

porque se faço mal é por querer-te

desta maneira tola, e tonta, eternamente

recomeçando a cada dia como num descobrimento

dos teus territórios de carne e sonho, dos teus

desvãos de música ou vôo, teus sótãos e porões

e dessa escadaria de tua alma.Deixa-me errar mas não me soltes

para que eu não me perca

deste tênue fio de alegriados sustos do amor que se repetem

enquanto houver entre nós essa magia.


Lya Luft

domingo, 14 de setembro de 2008




Risos e Memórias
Diego Saldanha

Quando você
Lembrar e passar por aqui
Deixe o orgulho de lado
Senta que eu posso te entender

Mude a canção
Aquela não serve pra mim
Deixa eu sentar do seu lado
Adormecer o passado
E ter a certeza que os meus sonhos
Brilhariam num olhar

Eu espero que você não esqueca
Que eu te contava histórias
Que valiam risos e memórias
Tão sinceras
Que eu desejava o mundo
Dentro de um postal

Se amanhecer
Não há mais porque se enganar
Sei que já fomos culpados
Mas não me importo em me render

Tente encontrar
Caminhos na nova canção
Eu vou estar preparado
Pra me deitar do seu lado
E na certeza dos seus olhos
Haveria o meu lugar

Eu espero que você não esqueca
Que eu te contava histórias
Que valiam risos e memórias
Tão sinceras
Que eu desejava o mundo
Dentro de um postal

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Máscara

Máscara de criança
Mente obcura, extravasada
Sussurros e gemidos
em meio a choros, grunidos
Gosto perigoso
Sem amor aos anjos
Desejos ardentes
pela escuridão tão presente e viva
O errado parece certo
A luz não é mais sustento
sem jardins ou flores
Sempre espinhos e arestas
Olhos em fogo
e um coração imerso em água e gelo
Imundo pelo corpo
inútil, vida inútil
Sem amor ou esperanças
Só existe dor
Vivendo entre fantasmas
O meu escondido na Máscara.

Lágrima

Dia frio
Noite de inverno
Céu enfeitado de lágrimas tristes
Lua morta
e olhos sem vida
Boca seca
Sem beijos ou palavras
Silêncio na rua
Maldita Ausência
Pureza perdida
Amor, só mais um desfeito
Serena revolta
Dor de mim
Cheia de mortas flores...

Soneto da Destruição

De repente da alegria se fez a tristeza
Do sorriso fez-se o pranto
Da ingenuidade se fez o gozo
e Minha vida perdeu a pureza

Os olhos puros, perderam a chama
Amigos queridos agora tão distantes
Da vida despreucupada se fez o drama

O céu azul tornou-se castanho
O sol perdeu seu brilho
Meu amante ficou sozinho

De repente ví uma luz no horizonte
Da tristeza se fez a esperança
na mentira de um sorriso errante
Da dor em reflexo de criança

Mais uma para vc Raio de Sol...

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos colhidos no mais íntimo de mim... Suas palavras seriam as mais simples do mundo, porém não sei que luz as iluminaria que terias de fechar teus olhos para as ouvir... Sim! Uma luz que viria de dentro delas, como essa que acende inesperadas cores nas lanternas chinesas de papel!Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube o que dizer-te e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento da Poesia... como uma pobre lanterna que incendiou!

Mario Quintana

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Flores murchas

Não sei se era para ser assim...
Apenas aconteceu...
Nem sei quando foi tocado por essa dor, apenas quando percebi, já tinha tomado toda a minh'alma, me deixando assim: Seco e sem direção, sempre caminhando no fio da navalha ajoelhado pedindo para cair, me vendo em desepero, lutando e sempre me perdendo...
Por quê tudo tem que ser tão cinza? Até mesmo o sol não tem o mesmo brilho, senti seus raios e tinham tanto a calor, e como sinto frio!
Mais eu tenho trevas, eu sou trevas...
Olhe para mim! Me veja! As respostas para essa dor estão no fundo dos meus olhos, sei que por um instante vai entender tudo oque tenho dentro de mim, esse mantra de agonia e desespero que a cada dia se torna mais intenso como um êxtase de dor e gelo, minhas muralhas apenas não me deixam sair, mais tudo transpassa e me atinge em cheio... Tudo chega até mim e nem sei se consigo mais sentir-me nesse mar, apenas doe e doe, trancado por detrás dos olhos observando um imenso jardim de flores murchas mesmos antes de nascida.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Para você Meu Raio de Sol!!!

Hoje recebi um texto e me senti desnudo, como se esse autor tivesse arrancado minhas roupas com tamanha violência, que simplismente fiquei sem ação... Não sei quanto tempo fiquei alí sozinho, num canto escuro do pensamento, sentindo a luta sendo travada em mim. A velha tristeza, a dor e a deseperança que a muito vivem a meu lado contra um frágil Raio de luz, uma imagem e uma voz... Um afeto que mesmo tento vindo de longe iluminou por um instante me fez feliz venceu a barreira que tenho ao meu redor, aqueceu o meu coração que a muito apenas tremia nesse deserto gelado do meu peito, conseguiu me tirar da posição que ocupava como mero espectador de mim mesmo. Sempre estava por detrás dos olhos, ainda estou frágil e solitário demais, Mais é incrível que um simples raio de sol ultrapassou meu escudo, achou a fenda em minha armadura e me fez chorar de alegria, Nem me lembro se um dia senti lágrimas tão quentes, sem aqueles ar fúnebre que sempre sentia em mim...
Naquela madrugada me exerguei por apenas um isntante, um caminho diferente, mais tive que me prender ao chão, outra vez não sei se consigo suportar... Tudo estava tão calmo, mesmo triste e cinza já havia conseguido bloquear um pedaço dessa dor que me virava do avesso: Quantas vezes tentei morrer, pedi para morrer, mais sempre desistia, talvez por minha própria fraqueza ou por medo de encarar um inferno maior que esse, só uma vez toquei a anca da morte e ela sorriu para mim... Ainda é melhor carregar minha bola de ferro, ser um fantasma em meio aos vivos, ser eu mesmo...
Depois de ter dançado essa valsa singelissíma, a ausência e a solidão me colocaram em frente ao espelho e ví como estou só, o quanto que um abraço, um colo e uma palavra me fazem falta, sinto falta do que nunca tive, sinceramente não sei se vou ter algo sincero e nem se estarei pronto a receber a felicidade de braços, como Maysa disse: "A tristeza vícia", quem sabe ela estava certa quem sabe...

Ps. Mesmo assim danço um trecho dessa madrugada a toda hora, pois a saudade me faz ouvir músicas que me fazem mesmo que por poucos instantes me esquecer da dor e da agonia e esse Raio de luz voltasse a aquecer meu coração....

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Lado "B"

Como as vezes chegamos ao lado mais sombrío de nós mesmos???

Que dia frio!
Nossa que dor!
Não imaginei que fosse sentir isso denovo.
Me espanto com tanta realidade,
Com a sombra em meus olhos.
Sei do que preciso...mas não agora.
Incrivél como é possivel chegar ao final, ao fundo , ao zero,
Como sinto esse vazio,
Como pode existir algo tão forte, que consome feito chama,maremoto e silêncio total.
Grito, e não ouço sons,
Tudo é apenas cinza, frio e sem vida... Assim Sou eu... Um coração que bate, e não aquece, sem vida, direção ou luz.
Apenas pulsa e treme, pulsa e treme...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Today

Hoje, como todos os dias, levantei com essa velha tristeza...
Me sinto uma estrela marginal, sem brilho e escondida. Sempre me ví como alguém sem par, sem um igual. Estranho como não conseguimos ser sinceros, como nos escondemos atrás de um personagem, que é esse que encenamos todos os dias????
Hoje tudo é tão cinza, o verde das folhas é velho e as flores estão murchas antes mesmo de aparecidas!
A única vontade que tenho é apenas fugir, cavalgar para o infinito, adormecer sobre a fonte do esquecimento e desaparecer num entardecer sem brilho, como uma brisa leve que dura apenas dis segundos.
Acho que morrer não doí, mas será que há esse desaparecimento?? Ou apenas é uma viagem para um outro lugar onde se tem que lidar com os mesmos sentimentos, com a dor e a angustia...
Como eu gostaria de poder rír muito, de não ter esse peso todo em minha alma, ser leve como uma pluma levada pelo vento até quem sabe um novo dia...