"Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…" (Antoine de Saint-Exupéry - Trecho de "O Pequeno Príncipe")

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Milonga Existencial

Gujo Teixeira / Ângelo Franco / Evandro Zamberlan

Tristeza, veste meu verso de lágrima cristalina
Porque eu carrego esta sina de chorar em poesia
E faz desta nostalgia razão pra ser mais feliz
Guardando aquilo que diz pra parceriar melodia
Palavra, mata o desejo que trago dentro do peito
Como quem tira um defeito que precisa ser extinto
Pois esse simples instinto me fez mais acostumado
E a saber chorar rimado essas tristezas que sinto
Amigo, faz um costado pra esse parceiro de lida
Que sempre soube que a lida é muito mais que um momento
Pois no meu entendimento, pior que morrer aos pouquinhos
É ter que matear sozinho guardando seus sentimentos
Sorriso, transforma a alma quando se canta pra alguém
Pois quem canta sabe bem mandar uma mágoa embora
E sabe que toda a hora que a saudade é mais sentida
A solidãp ganha vida e explica porque se chora
Saudade, mora em tudo mesmo que a gente não queira
É nossa antiga parceira, caminho, fonte e mundéu
E faz da gente a lo léu sentir-se mais diferente
E dizer o que se sente num pedaço de papel
Destino, caminho incerto, que a alma busca sem pressa
Pois pouco me interessa se a vida é boa ou ruim
A gente é mesmo assim, mata as tristezas rimando
E o que estiver esperando, a vida guarda pra mim.

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