"Escrevo, triste, no meu quarto quieto, sozinho como sempre tenho sido, sozinho como
sempre serei. E penso se a minha voz, aparentemente tão pouca coisa, não encarna a
substância de milhares de vozes, a fome de dizerem-se de milhares de vidas, a paciência de
milhões de almas submissas como a minha ao destino cotidiano, ao sonho inútil, à esperança
sem vestígios. Nestes momentos meu coração pulsa mais alto por minha consciência dele. Vivo
mais porque vivo maior."
Fernando Pessoa
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O meu maior esconderijo ainda são as palavras, os fragmentos de mim que deixo aqui e alí... É a minha válvula de escape, como minha voz é fraca e sem muita vontade de ser ouvida, nesse universo consigo deixar minhas placas, mesmo sendo uma sinalização não muito clara e as vezes apenas uma rota para uma porta onde apenas possa ser lida a tranca " Jó 38:11".