"Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…" (Antoine de Saint-Exupéry - Trecho de "O Pequeno Príncipe")

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Máscara

Máscara de criança
Mente obcura, extravasada
Sussurros e gemidos
em meio a choros, grunidos
Gosto perigoso
Sem amor aos anjos
Desejos ardentes
pela escuridão tão presente e viva
O errado parece certo
A luz não é mais sustento
sem jardins ou flores
Sempre espinhos e arestas
Olhos em fogo
e um coração imerso em água e gelo
Imundo pelo corpo
inútil, vida inútil
Sem amor ou esperanças
Só existe dor
Vivendo entre fantasmas
O meu escondido na Máscara.

Lágrima

Dia frio
Noite de inverno
Céu enfeitado de lágrimas tristes
Lua morta
e olhos sem vida
Boca seca
Sem beijos ou palavras
Silêncio na rua
Maldita Ausência
Pureza perdida
Amor, só mais um desfeito
Serena revolta
Dor de mim
Cheia de mortas flores...

Soneto da Destruição

De repente da alegria se fez a tristeza
Do sorriso fez-se o pranto
Da ingenuidade se fez o gozo
e Minha vida perdeu a pureza

Os olhos puros, perderam a chama
Amigos queridos agora tão distantes
Da vida despreucupada se fez o drama

O céu azul tornou-se castanho
O sol perdeu seu brilho
Meu amante ficou sozinho

De repente ví uma luz no horizonte
Da tristeza se fez a esperança
na mentira de um sorriso errante
Da dor em reflexo de criança

Mais uma para vc Raio de Sol...

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos colhidos no mais íntimo de mim... Suas palavras seriam as mais simples do mundo, porém não sei que luz as iluminaria que terias de fechar teus olhos para as ouvir... Sim! Uma luz que viria de dentro delas, como essa que acende inesperadas cores nas lanternas chinesas de papel!Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube o que dizer-te e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento da Poesia... como uma pobre lanterna que incendiou!

Mario Quintana

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Flores murchas

Não sei se era para ser assim...
Apenas aconteceu...
Nem sei quando foi tocado por essa dor, apenas quando percebi, já tinha tomado toda a minh'alma, me deixando assim: Seco e sem direção, sempre caminhando no fio da navalha ajoelhado pedindo para cair, me vendo em desepero, lutando e sempre me perdendo...
Por quê tudo tem que ser tão cinza? Até mesmo o sol não tem o mesmo brilho, senti seus raios e tinham tanto a calor, e como sinto frio!
Mais eu tenho trevas, eu sou trevas...
Olhe para mim! Me veja! As respostas para essa dor estão no fundo dos meus olhos, sei que por um instante vai entender tudo oque tenho dentro de mim, esse mantra de agonia e desespero que a cada dia se torna mais intenso como um êxtase de dor e gelo, minhas muralhas apenas não me deixam sair, mais tudo transpassa e me atinge em cheio... Tudo chega até mim e nem sei se consigo mais sentir-me nesse mar, apenas doe e doe, trancado por detrás dos olhos observando um imenso jardim de flores murchas mesmos antes de nascida.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Para você Meu Raio de Sol!!!

Hoje recebi um texto e me senti desnudo, como se esse autor tivesse arrancado minhas roupas com tamanha violência, que simplismente fiquei sem ação... Não sei quanto tempo fiquei alí sozinho, num canto escuro do pensamento, sentindo a luta sendo travada em mim. A velha tristeza, a dor e a deseperança que a muito vivem a meu lado contra um frágil Raio de luz, uma imagem e uma voz... Um afeto que mesmo tento vindo de longe iluminou por um instante me fez feliz venceu a barreira que tenho ao meu redor, aqueceu o meu coração que a muito apenas tremia nesse deserto gelado do meu peito, conseguiu me tirar da posição que ocupava como mero espectador de mim mesmo. Sempre estava por detrás dos olhos, ainda estou frágil e solitário demais, Mais é incrível que um simples raio de sol ultrapassou meu escudo, achou a fenda em minha armadura e me fez chorar de alegria, Nem me lembro se um dia senti lágrimas tão quentes, sem aqueles ar fúnebre que sempre sentia em mim...
Naquela madrugada me exerguei por apenas um isntante, um caminho diferente, mais tive que me prender ao chão, outra vez não sei se consigo suportar... Tudo estava tão calmo, mesmo triste e cinza já havia conseguido bloquear um pedaço dessa dor que me virava do avesso: Quantas vezes tentei morrer, pedi para morrer, mais sempre desistia, talvez por minha própria fraqueza ou por medo de encarar um inferno maior que esse, só uma vez toquei a anca da morte e ela sorriu para mim... Ainda é melhor carregar minha bola de ferro, ser um fantasma em meio aos vivos, ser eu mesmo...
Depois de ter dançado essa valsa singelissíma, a ausência e a solidão me colocaram em frente ao espelho e ví como estou só, o quanto que um abraço, um colo e uma palavra me fazem falta, sinto falta do que nunca tive, sinceramente não sei se vou ter algo sincero e nem se estarei pronto a receber a felicidade de braços, como Maysa disse: "A tristeza vícia", quem sabe ela estava certa quem sabe...

Ps. Mesmo assim danço um trecho dessa madrugada a toda hora, pois a saudade me faz ouvir músicas que me fazem mesmo que por poucos instantes me esquecer da dor e da agonia e esse Raio de luz voltasse a aquecer meu coração....