"Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…" (Antoine de Saint-Exupéry - Trecho de "O Pequeno Príncipe")

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009


"Ao que parece, essas são simples reflexões, nas quais com certeza ganha voz algo completamente essencial. Em face de tais reflexões aparentemente triviais temos a impressão de que, sobretudo se já as tivermos repetido várias vezes, poderíamos simplesmente conhecer de uma vez por todas uma tal conexão entre a verdade derivada e a verdade originária. Uma característica de todas essas conexões essenciais é que nunca podemos ter conhecimento delas do mesmo modo que detemos um conhecimento qualquer. Ao contrário, sou sempre eu que preciso me apropriar delas uma vez mais e, em meio a essa nova apropriação, sempre me deparo com um novo abismo. A essência do simples e do auto-evidente é que constitui o lugar propriamente dito para o caráter abismal do mundo. E esse abismo só se abre se filosofamos, mas não se acreditamos já saber do que estamos falando."

Martin Heidegger: Introdução à Filosofia, p. 52 - 53.

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