"Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…" (Antoine de Saint-Exupéry - Trecho de "O Pequeno Príncipe")

domingo, 2 de agosto de 2009

Tempo

Ficamos todos muito recuados
Muito distantes da linha de ataque
Ficamos para trás esquivos, acuados
Com medo de qualquer queda, qualquer baque.

Fomos aos poucos deixando, desistindo
Repondo as coisas no lugar, perdendo
A força que já era pouca
Fomos esquecendo, cedendo
Fomos calando a boca.

E assim ficamos de lado, amordaçados
Acostumados já as nossas amarras
Aprendendo a suportar nossos limites
Aceitando a desusar as nossas garras

Fomos ficando mais dentro do cerco
Obedecendo mais aos assobios
Fomos ficando assim quietos e secos
E se é justo, nunca mais se discutiu.

Bruna Lombardi

Um comentário:

Ronaldo disse...

Não sei exatamente de onde vem exatamente a força que nos impulsiona, como também não sei o porquê exatamente de existirmos. Os mais crédulos imputam a religião, os céticos continuam estudando essa origem. Entretanto, a unanimidade persiste em afirmar que só damos continuidade a vida por nossa obstinação em cultivar sonhos e a esperança ferrenha em conquistá-los.