"Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…" (Antoine de Saint-Exupéry - Trecho de "O Pequeno Príncipe")

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."


(Clarice Lispector)

Um comentário:

Renato B disse...

A vida não é somente vivida de lutas, mas também de prazeres, de realizações...
Sonhos podem ser tornar a mais perfeita realidade... sabia meu lindo?
Sabe,
seu fragmento do Pequeno Princípe me leva a refletir, sempre temos um objetivo, mesmo que esse as vezes torne-se imperceptível ao nosso lado limitado, denominado humano...
ah...
para que tentar entender, se podemos viver?
Por isso te digo, complementado na ideologia desse fragmento: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..."
Teus sonhos manifestados nos pequenos gestos, nas pequenas palavras...
realizados assim de uma maneira, única, de uma natureza singular...